Disse Jesus aos fariseus de sua época: "Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se" (João 8.56).
Certo desenho, muito carregado, oculta uma imagem em segundo plano e confunde até o mais cuidadoso observador. Mas quem quer que olhe intensamente para esse desenho, sem se concentrar apenas nas coisas superficiais, pode ver surgir diante dos olhos uma imagem ou cena em 3D. A imagem oculta está lá, sempre, logo sob a superfície, mas permanece perdida em meio à confusão de imagens em primeiro plano, a menos que alguém decida buscá-la pacientemente.
Os eruditos e comentaristas bíblicos há muito notaram que a história de Abraão e Isaque ilustra a salvação que Deus um dia proveria ao mundo através de Jesus Cristo.
A imagem de Abraão subindo ao monte Moriá para sacrificar o seu amado filho Isaque é bastante similar à idéia desenvolvida acima. A história é direta: muito tempo antes desse episódio, Deus havia prometido ao velho Abraão um filho e, através desse filho, uma grande nação. Depois de uma longa e agonizante espera, Sara (a esposa de Abraão) finalmente dera à luz o filho da promessa.
Então, Deus coloca a fé e a devoção de Abraão em derradeira prova. Ordenou a Abraão que levasse seu filho ao topo de uma montanha próxima e o sacrificasse ali. Foi um pedido estarrecedor, um tipo de instrução que põe alguém de joelhos, tamanha a surpresa. Contudo, de alguma maneira, Abraão conseguiu reunir coragem e força para obedecer, confiando, no poder de Deus para ressuscitar seu filho:
"Pela fé, Abraão, quando posto à prova, ofereceu Isaque; estava mesmo para sacrificar o seu unigênito aquele que acolheu alegremente as promessas, a quem se tinha dito: Em Isaque será chamada a tua descendência; porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou" (Hebreus 11.17-19).
Mas a história tem um final feliz. Quando Abraão levanta o cutelo, o Anjo do Senhor o chama e diz:
"Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças, pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negastes o filho, o teu único filho" (Gênesis 22.12).
Esta é a história óbvia, na superfície. Qual é, então, a imagem escondida? As semelhanças são óbvias. Isaque era o único filho legítimo de Abraão; Jesus Cristo é o único Filho de Deus. Abraão amava tanto a Deus que não se negou a sacrificar o seu filho; Deus amou o mundo com tal intensidade, que entregou seu Filho em sacrifício. Isaque não se opôs à vontade de seu pai; Jesus Cristo não resistiu à vontade, seu pai. Isaque carregou a lenha para o sacrifício no monte Moriá; enquanto teve forças, Jesus Cristo carregou sua cruz até o Gólgota. Até mesmo o lugar aonde Abraão levou Isaque para ser sacrificado fica próximo ao lugar onde Jesus Cristo foi crucificado. O autor de Crônicas identifica o monte Moriá como o monte onde o templo de Jerusalém foi construído (2Crônicas 3.1).
Há, porém, um paralelo ainda mais surpreendente, relacionado à forma utilizada por Deus para providenciar um substituto para o sacrifício. Próximo ao local do sacrifício, entre os arbustos, estava um carneiro.
"Tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho" (Gênesis 22.13).
Deus fez o mesmo por nós!
Providenciou não um carneiro, mas o Cordeiro (de Deus que tira o pecado do mundo).
Através de sua morte na cruz, Jesus Cristo tornou-se nosso substituto.
Morreu para que pudéssemos viver.
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