Quando Deus enviou serpentes abrasadoras para picar os israelitas no deserto, isso foi um ato de amor? "...o Senhor mandou entre o povo serpentes abrasadoras, que mordiam o povo; e morreram muitos do povo de Israel" (Num. 21.6).
Isso certamente era um ato de amor, pois foi o meio que Deus usou para fazer com que aqueles israelitas se arrependessem e voltassem para Ele, a fim de que o Senhor pudesse abençoá-los. Ele não podia fazer isso enquanto eles não se arrependessem.
"Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais" (Jer. 29.11).
Uma razão por que Deus permitiu que este mundo se tornasse um lugar incômodo para se viver - com doenças, enfermidades, cobras venenosas, etc. - é para que as pessoas pudessem se voltar para Ele na angústia, e assim Ele pudesse abençoá-las.
E então nós podemos ver como Deus usa até mesmo o mal (aquele causado por Satanás) para trabalhar em favor de Seus propósitos.
Quando, na eternidade, encontrarmos todos os que foram resgatados do pecado, e ouvirmos suas histórias, descobriremos como Deus usou picadas de cobras, acidentes, dificuldades financeiras, enfermidades, para afastar as pessoas do pecado e atraí-las para Si. Nós também ouviremos como Deus usou o sofrimento para santificar Seus filhos de forma que eles pudessem participar da Sua natureza.
Naquele dia, nós agradeceremos a Deus por muitas coisas que não pudemos entender aqui na terra. Mas o homem de fé não precisa esperar até aquele dia. Ele crê agora mesmo na sabedoria e no amor de Deus - e assim ele dá graças por tudo.
O principal propósito em todos os atos de Deus para conosco é que possamos participar da Sua natureza. Deus faz com que todas as coisas cooperem para o nosso bem (Rom. 8.28,29) – esse “bem” aí é que sejamos conformes à imagem do Seu Filho Jesus.
Por que Deus permite que, às vezes, tenhamos perdas financeiras inesperadas, ou sejamos enganados por pessoas sem escrúpulos? Muitos de nós tivemos a experiência de ser roubados em trens ou ônibus abarrotados. Nessas ocasiões, é mister que se faça oração pelo ladrão ou fraudador, e não que fiquemos jogando pragas.
E, além disso, Deus deseja também nos livrar de um apego excessivo ao dinheiro e a coisas materiais. Ele não quer que fiquemos calculando nossas perdas e nos preocupando com elas, e tampouco quer quer nos alegremos com o que ganhamos. Ele quer que encontremos nossa alegria nEle – uma alegria que não pode ser aumentada por nenhum ganho material nem ofuscado por nenhuma perda material.
Jesus andou sobre a terra assim – e nós somos chamados a andar tal como Ele andou. “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fil. 2.5).
Se alguém tivesse dado a Jesus um presente de dez mil denários, por gratidão pelo Seu ministério, isso não teria aumentado Sua alegria nem um pouco. A alegria de Jesus no Pai já era completa e transbordante.
Ao mesmo tempo, a alegria de Jesus não teria diminuído em virtude de nenhuma perda material. Por exemplo, Judas frequentemente roubava do dinheiro que era dado como oferta a Jesus. O Senhor sabia disso, mas nunca deixou essa perda perturbar sua paz nem sua alegria. Jesus deve ter se preocupado muito com Judas, pois o amor ao dinheiro causou a completa ruína dele. Contudo, Jesus nunca permitiu que a perda do próprio dinheiro perturbasse Sua alegria.
Que diferença ocorre hoje com relação a muitos pregadores e homens que têm o dom de curar. A alegria deles oscila de acordo com o valor de cada oferta! Mas deixemos os pregadores e curandeiros de lado. O que diremos a nosso respeito?
As coisas materiais determinam a intensidade de nossa alegria? Se isso acontece, precisamos nos julgar, com temor e tremor. Estamos seguindo uma rota perigosa e temos de remover essa atitude materialista de nossa vida e de nossa salvação.
Se você realmente trata com seriedade o participar da vida de Jesus, Deus permitirá que muitas coisas lhe aconteçam, a fim de que você abandone o amor às coisas materiais, deixe de buscar a honra de homens, e se livre da autopiedade e de muitas outras atitudes não-cristãs.
Deus não lhe obrigará a fazer isso. Se você está contente com uma vida incorreta e de derrotas, que a maioria dos crentes ao seu redor tem, Ele o deixará só. Mas se você está ansioso pelo melhor de Deus, Ele tratará firmemente com você, eliminando os “cânceres” que o estão arruinando, e destruindo os ídolos que o corrompem. Ele pode permitir que você sofra dor, decepções, perdas, humilhação, críticas injustas, e tenha suas esperanças frustradas, para levá-lo àquele lugar de estabilidade – onde você não pode ser mais abalado.
Então, depois disso, não fará nenhuma diferença se você é rico ou pobre, criticado ou elogiado, honrado ou desonrado. Tendo morrido com Cristo para tudo deste mundo, você passará a participar da vida de Jesus. Isso o levará a caminhar como um rei nesta terra..
São poucos os que encontram esse caminho para a vida abundante em Cristo, porque poucos estão dispostos a pagar o preço – de morte total para o ego. Se não morrermos para o ego, não poderemos viver pela fé. Se não nos dispusermos a ser crucificados com Cristo, nosso conhecimento do amor perfeito de Deus permanecerá sempre teórico. Nós não podemos ser discípulos de Jesus se não abandonarmos tudo deste mundo.
“Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renunciar a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo” (Luc. 14.33).
O que faz com que determinado cristão venha a ser um “crente carnal”? O diabo o enganou, levando-o a pensar que será mais feliz se não se render totalmente a Deus. O crente carnal tenta conseguir “o melhor de ambos os mundos”. Mas isso é um engano; ele, na verdade, não consegue o melhor de nenhum dos mundos.
Se créssemos no perfeito amor de Deus, deixaríamos tudo por Ele, alegremente e sem reservas. Ficaríamos então totalmente livres da ansiedade.
Os crentes carnais estão sempre preocupados em saber se o barco deles afundará em meio à tempestade. Jesus podia dormir normalmente em meio à tempestade, porque Ele estava seguro no amor de Seu Pai. Ele sabia que o diabo não poderia submergí-lo tão facilmente. Seu Pai estava velando sobre Ele o tempo todo.
Como a vida se torna maravilhosa quando percebemos que, da mesma maneira que o Pai amou a Jesus e cuidou dEle, Ele nos ama e cuida de nós.
Quando finalmente virmos a Deus, nos surpreenderemos ao descobrir como é grande o Seu amor por nós; muito maior do que poderíamos imaginar. Perceberemos então como fomos tolos ao ficar ansiosos (preocupados).
Mas qual será o benefício de perceber isto então? AGORA é o momento de abrirmos os olhos para o amor de Deus e para o fato de vivermos pela fé.
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