E Os Que Nunca Ouviram Falar de Jesus?

Sim, o que acontece ao inocente que jamais ouvir falar de Cristo, já que Ele é o ÚNICO caminho para o Céu e não há outro Salvador?  Os "sabidões" gostam de fazer esta pergunta, imaginando que certamente vão nos deixar "baratinados".

Ora, amigo, a pessoa inocente não precisa ouvir sobre Cristo.  Ela não tem necessidade de redenção, pois Deus jamais castiga inocentes.  O inocente não precisa de um Salvador; ele pode salvar-se pela sua inocência.  O problema, entretanto, é que a Bíblia nega enfaticamente que haja pessoas inocentes neste mundo; por isso, não temos a necessidade de nos preocupar com as mesmas.  A pergunta seria:  - O que acontece ao culpado que jamais ouviu falar de Jesus?"

Nós já temos observado que algumas pessoas são mais perversas que outras.  Vemos que a perversidade parece ainda maior quando ocorre num contexto de privilégio.  Quando a pessoa vive perversamente, embora conhecendo os detalhes dos mandamentos de Deus e tendo sido repetidamente instruído sobre eles, sua maldade parece hedionda quando comparada à daqueles que vivem em relativa ignorância.

Por outro lado, se o índio remoto é culpado, onde está a sua culpa?  Será castigado por não crer num Cristo sobre quem nunca ouviu falar?  Se Deus é justo, não pode ser esse o caso.  Se Deus castigasse alguém por não responder a uma mensagem que não teve possibilidade de ouvir, essa seria uma grave injustiça, radicalmente oposta à justiça revelada de Deus.  Podemos ter a certeza de que ninguém será punido por rejeitar Cristo, caso não tenha ouvido falar dEle.

O Novo Testamento localiza a culpa universal do homem.  Ele anuncia a vinda de Cristo a um mundo que já rejeitara Deus Pai.  O próprio Jesus afirmou:  "Os sãos não precisam de médico, e, sim, os doentes... pois não vim chamar os justos, e, sim, pecadores ao arrependimento" (Mateus 9.12-13).

A resposta bíblica aos que nunca ouviram falar de Jesus acha-se em Romanos, capítulo primeiro, a partir do versículo 18, que começa com um pronunciamento terrível sobre a revelação da ira divina:  "Deus, entretanto, mostra do céu a sua ira contra todos os homens pecadores, maldosos, que repelem a verdade".

Veja bem, a ira de Deus não se manifesta contra a inocência ou ignorância mas contra a impiedade e perversidade.  Que tipo de perversidade?  Tanto a palavra "pecador" como "maldoso" são termos genéricos descrevendo classes gerais de atividade.  Qual o ato específico que provoca a ira divina?  A resposta é clara, a repulsão da verdade.  Devemos perguntar:  "Que verdade está sendo repelida?"  A Bíblia responde:  "Pois a verdade sobre Deus é revelada entre eles instintivamente; Deus pôs esse conhecimento em seus corações.  Desde os primeiros tempos os homens viram a terra, o céu e tudo quanto Deus fez, tendo conhecido sua existência e seu grande e eterno poder.  Assim, eles não terão desculpa alguma (quando estiverem diante de Deus no Dia do Juízo Final).  Sim, eles bem sabiam de Deus, mas não admitiram, nem o adoraram, nem mesmo agradeceram a Ele todo o seu cuidado diário.  E, depois, começaram a fazer idéias tolas de como Deus seria e o que Ele queria que eles fizessem.  O resultado foi que suas mentes insensatas ficaram confusas e em trevas" (Rom. 1.19-21).

A pessoa que jamais ouviu falar de Jesus pode alegar ignorância a respeito do Evangelho, mas não tem condições de fazer o mesmo com respeito a Deus Pai.

Outros ainda nos perguntam: - E os indivíduos que vivem em regiões remotas do mundo não têm as suas religiões?  Suas atividades religiosas não os protegem da ira de Deus?  Se eles nasceram e cresceram numa cultura que adora vacas, como pode-se esperar que façam outra coisa?

Se a Bíblia está certa, a prática da religião não desculpa o pagão, mas de fato aumenta a sua culpa.  Como isso acontece?  "Dizendo-se sábios sem Deus, tornaram-se em vez disso completamente tolos.  E então, em vez de adorarem ao Deus glorioso, vivente, tomaram madeira e pedra e fizeram ídolos para si, esculpindo-os para que parecessem simples aves, animais, serpentes e homens mortais.  E assim Deus deixou que continuassem... Em vez de crerem naquilo que eles próprios sabiam ser a verdade sobre Deus, escolheram de vontade própria crer em mentiras.  E assim fizeram suas orações às coisas que Deus fez, mas não obedecendo ao Deus bendito que criou essas mesmas coisas" (Rom. 1.22-25).

Aqui é feita uma "troca" entre a verdade de Deus e a mentira.  A glória divina é substituída pela "glória" da criatura.  A adoração por parte da criatura é religião, mas não passa de idolatria.  Dedicar-se à adoração de ídolos (e isso quase todos os católicos atuais ainda fazem) é devotar-se ao insulto da glória e dignidade de Deus.  Se Deus revela claramente a Sua glória e esta for substituída pela adoração de criaturas, a religião resultante não agrada mas descontenta a Deus.

Ora, amigo, o fato de as pessoas serem religiosas não significa em si mesmo que Deus se agrade delas.  Se você reza para Deus juntamente com Maria, ou outro santo ou santa qualquer, saiba que a idolatria representa o insulto máximo a Deus.  Somente JESUS tem TODO o poder (não sobrou nada pra ninguém, nem mesmo pro diabo).  Reduzir JESUS ao nível da criatura é despojá-Lo de Sua divindade.  Isto Lhe é particularmente odioso em face do fato de todos os homens terem recebido suficiente revelação sobre Deus para saber que Ele não é uma criatura.

"Vós a tudo perverteis!  Como se o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse de seu artífice: Ele não me fez; e o vaso formado dissesse do seu oleiro: Nada sabe". (Isaías 29.16).

A religião pagã não é vista então como procedente de uma tentativa sincera de buscar a Deus, mas de uma rejeição fundamental da auto-revelação divina.

Naquele Dia, ninguém terá desculpa alguma diante de Deus.