Deus se revela na Bíblia como um ser infinito, eterno, auto-existente e como Causa Primária de tudo o que existe. Nunca houve um momento em que Deus não existisse. "Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus" [afirmação de Moisés no Salmo 90.2]. Noutras palavras, Deus existiu eterna e infinitamente antes de criar o universo finito. Ele é anterior a toda a criação, no céu e na terra, está acima e independe dela.
Deus se revela como um ser pessoal que criou Adão e Eva "à sua imagem". Porque Adão e Eva foram criados à imagem de Deus, podiam comunicar-se com Ele, e também com Ele ter comunhão de modo amoroso e pessoal. Deus também se revela como um ser moral que criou tudo bom e, portanto, sem pecado. Ao terminar Deus a obra da criação, contemplou tudo o que fizera e observou que era "muito bom". Posto que Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus, eles também não tinham pecado. O pecado entrou na existência humana quando Eva foi tentada pela serpente [Satanás].
Deus criou todas as coisas em "os céus e a terra". O verbo "criar" é usado exclusivamente em referência a uma atividade que somente Deus pode realizar. Significa que, num momento específico, Deus criou a matéria e a substância, que antes nunca existiram. A Bíblia diz que no princípio da criação a terra estava informe, vazia e coberta de trevas. Naquele tempo o universo não tinha a forma ordenada que tem agora. O mundo estava vazio, sem nenhum ser vivente e destituído do mínimo vestígio de luz. Passada essa etapa inicial, Deus criou a luz para dissipar as trevas, deu forma ao universo e encheu a terra de seres viventes. O método que Deus usou na criação foi o poder da sua palavra. Repetidas vezes está declarado: "E disse Deus..." Noutras palavras, Deus falou e os céus e a terra passaram a existir. Antes da palavra criadora de Deus, eles não existiam. Toda a Trindade, e não apenas o Pai, desempenhou sua parte na criação. O próprio Filho é a Palavra ["Verbo"] poderosa, através de quem Deus criou todas as coisas. No prólogo do Evangelho de João, Cristo é revelado como a eterna Palavra de Deus. "Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez". Semelhantemente, o apóstolo Paulo afirma que por Cristo "foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis... tudo foi criado por Ele e para Ele" [Col 1.16]. Finalmente, o autor do livro de Hebreus afirma enfaticamente que Deus fez o universo por meio de seu Filho [Heb 1.2]. Semelhantemente, o Espírito Santo desempenhou um papel ativo na obra da criação. Ele é descrito como "pairando" ["se movia"] sobre a criação, preservando-a e preparando-a para as atividades criadoras adicionais de Deus. O Espírito Santo continua a manter e sustentar a criação [ver Jó 33.4; Salmo 104.30].
Deus tinha razões específicas para criar o mundo. Ele criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. "Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos" [Salmo 19.1]. Ao olharmos a totalidade do cosmo criado - desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza - ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador. Deus criou os céus e a terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza [o sol e a lua, as árvores da floresta, a chuva e a neve, os rios e os córregos, as colinas e as montanhas, os animais e as aves] rendem louvores ao Deus que os criou. Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos. Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos. Deus criou Adão e Eva à sua própria imagem, para comunhão amorável e pessoal com o ser humano por toda a eternidade. Deus projetou o ser humano como um ser trino e uno [corpo, alma e espírito], que possui mente, coração e vontade, para que possa comunicar-se espontaneamente com Ele como Senhor, adorá-lo e servi-lo com fé, lealdade e gratidão. Deus desejou de tal maneira esse relacionamento com a raça humana que, quando Satanás conseguiu tentar Adão e Eva a ponto de se rebelarem contra Deus e desobedecer ao seu mandamento, Ele prometeu enviar um Salvador para redimir a humanidade das consequências do pecado. Daí Deus teria um povo para sua própria possessão, cujo prazer estaria nEle, que o glorificaria, e que viveria em retidão e santidade diante dEle. A culminação do propósito de Deus na criação está no livro do Apocalipse, onde João descreve o fim da história com estas palavras: "...com eles habitará, e eles serão seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus [Apoc 21.3].
CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO
A evolução é o ponto de vista predominante, proposto pela comunidade científica e educacional do mundo atual, em se tratando da origem da vida e do universo. Quem crê, de fato, na Bíblia deve atentar para as seguintes observações a respeito da evolução:
- É uma tentativa naturalista para explicar a origem e o desenvolvimento do universo. Tal intento começa com a pressuposição de que não existe nenhum Criador pessoal e divino que criou e formou o mundo; pelo contrário, tudo veio a existir mediante uma série de acontecimentos que decorreram por acaso, ao longo de bilhões de anos. Os postulantes da evolução alegam possuir dados científicos que apoiam a sua hipótese;
- O ensino evolucionista não é realmente científico. Segundo o método científico, toda conclusão deve basear-se em evidências incontestáveis, oriundas de experiências que podem ser reproduzidas em qualquer laboratório. No entanto, nenhuma experiência foi idealizada, nem poderá sê-lo, para testar e comprovar teorias em torno da origem da matéria a partir de um hipotético "grande estrondo" [ou como chamam BIG BANG], ou do desenvolvimento gradual dos seres vivos, a partir das formas mais simples às mais complexas. Por conseguinte, a evolução é uma hipótese sem "evidência" científica, e somente quem crê em teorias humanas é que pode aceitá-la. A fé do povo de Deus, pelo contrário, firma-se no Senhor e na sua revelação inspirada, a qual declara que Ele é quem criou do nada todas as coisas [Heb 11.3];
- É inegável que alterações e melhoramentos ocorrem em várias espécies de seres viventes. Por exemplo: algumas variedades dentro de várias espécies estão se extinguindo; por outro lado, ocasionalmente vemos novas raças surgindo dentre algumas das espécies. Não há, porém, nenhuma evidência, nem sequer no registro geológico, a apoiar a teoria de que um tipo de ser vivente já evoluiu doutro tipo. Pelo contrário, as evidências existentes apoiam a declaração da Bíblia, que Deus criou cada criatura vivente "conforme a sua espécie";
- Os crentes na Bíblia devem, também, rejeitar a teoria da chamada evolução teísta. Essa teoria aceita a maioria das conclusões da evolução naturalista; apenas acrescenta que Deus deu início ao processo evolutivo. Essa teoria nega a revelação bíblica que atribui a Deus um papel ativo em todos os aspectos da criação.
A Palavra de Deus deixa claro que não há a mínima possibilidade de a humanidade e todas as outras criaturas serem produto da evolução. Muitos cientistas de renome, depois de defenderem durante anos o evolucionismo, mudaram de opinião, passando a crer no criacionismo apresentado nas Escrituras.
Recentemente, o astrofísico inglês Stephen Hawking atribuiu a origem e o controle do Universo a Deus. Em 1929, o gênio do século Albert Einsten confessou a um assistente que, no fundo, o seu interesse era descobrir mais acerca do Maestro do Universo. E, no século XVIII, o filósofo francês Voltaire, após negar por várias vezes a existência de Deus, admitiu que se via forçado a confessar que há um Ser que subsiste por sí mesmo, que é a origem de todas as coisas.
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