Praticamente um ano antes da Sua crucificação, o Senhor Jesus disse que iria construir a Sua igreja sobre a Sua própria pessoa. A igreja nasceu no dia de Pentecoste quando o Espírito Santo encheu os discípulos e tornou-se a manifestação de Deus na terra, como era antigamente o Templo com a arca no Antigo Testamento.
A igreja, ou ekklesia ("os chamados para fora"), não é um prédio feito por mãos humanas e muito menos uma denominação organizada. A igreja era composta daqueles que se tornaram templos do Espírito Santo quando convertidos. Este é um princípio ainda incompreendido por aqueles que nunca aceitaram a Bíblia literalmente e que são apenas meros frequentadores de denominações cristãs.
Prédios enormes ou grandes denominações não provam a presença ou a bênção divina. Deus se manifesta hoje por meio dos crentes em Cristo cheios do Espírito que obedecem à Sua vontade.
Vamos aprender de uma vez por todas. A igreja não é Israel, nem Israel é a igreja. Todos aqueles que aguardam o cumprimento das promessas feitas a Israel na igreja vão esperar inutilmente. Vejamos aqui algumas diferenças básicas, únicas e distintas entre os dois:
- Têm uma procedência diferente. Deus fez surgir Israel de uma maneira singular, não somente na escolha de Abraão e Sara, como também na escolha da esposa de seu filho Isaque para preservar sua identidade étnica. O próprio Senhor Jesus, porém, fundou a Sua igreja como prometido em Mateus 16.13-20 e enviou o Espírito Santo para habitar nela.
- Têm fundamentos diferentes. Jesus Cristo é o fundamento vivo da igreja (1Cor 3.11). Ele nem sequer tinha nascido quando Israel foi fundado. Na verdade, a igreja não podia ser estabelecida até que Jesus tivesse morrido, fosse sepultado, ressuscitasse e ascendesce ao céu. Israel não foi fundado sobre a obra consumada de Jesus na cruz, mas nas promessas de Deus, que ainda estão vigorando e serão ainda cumpridas.
- Têm propósitos diferentes. Israel nunca recebeu a grande comissão. A nação deveria levar a tocha da fidelidade de Deus aos que O adoravam e iriam consequentemente gozar das Suas bênçãos. Chegou perto do cumprimento dessa promessa durante a primeira parte do reinado de Salomão. Durante a maior parte da sua história, Israel foi um testemunho do juízo de Deus sobre os pecadores, mantendo-se sempre, entretanto, como a Sua nação especial. A igreja, em contraste, é vista como a luz contra a qual, segundo a promessa de Jesus, “as portas do inferno não prevalecerão”. A igreja recebeu a promessa e a presença do Espírito Santo para cumprir a “grande comissão” de Jesus. A partir dos três mil acrescentados no dia de Pentecoste e dos cinco mil outros logo depois disso, ela cresceu a ponto de hoje ter mais de 300 milhões de crentes – mais os múltiplos milhões ganhos para Jesus durante a “era da igreja” nestes últimos dois mil anos. A igreja não é perfeita e errou em seu ministério de ensino de tempos a tempos, desviada por Satanás; mas, sempre que aplicou a Bíblia literalmente, a bênção e o crescimento dado por Deus se seguiram. Nenhum versículo na Bíblia indica que o mundo inteiro vai receber Jesus mediante o ensino da igreja. Em vez disso, há “períodos de refrigério” de tempos a tempos quando muitos passam a ter fé em Jesus.
- Têm futuros proféticos diferentes. As promessas de Deus a Israel giram em torno da restauração do reino. Depois da Reforma Protestante, quando o povo começou a ler de novo a Bíblia e a aceitá-la literalmente, os cristãos passaram a esperar a restauração dos judeus à terra de Israel segundo Ezequiel (capítulos 36 e 37) e outras passagens. Eles chegaram até a fundar sociedades para missões aos judeus nos primeiros dias dos reavivamentos pre-milenares no ano de 1740. Em contraste, a igreja não espera um reino terreno. Enquanto Israel procura identidade como nação, e tem esse direito, a igreja está aguardando a segunda vinda de Jesus para levá-la à casa do Pai, como prometido. Israel planeja reconstruir seu templo em Jerusalém, mas a igreja não tem utilidade para um templo terreno. Como a Noiva de Cristo, ela está à espera das Bodas do Cordeiro no céu, que lhe dará uma relação única com o nosso bendito Salvador Jesus. Israel, a esposa de Deus, foi rejeitada por causa do seu adultério (veja Isaías 54.5-8). Irá, porém, residir na Jerusalém terrena e um novo coração será implantado nela durante o Milênio.
O fato de que Israel deverá suportar o período da Tribulação, chamado de “templo da aflição de Jacó” nos faz refletir. Depois de a igreja ser arrebatada, esse período de aflição terá início. O esboço do livro de Apocalipse revela isso. A igreja não é necessária no período da Tribulação, pois a comissão de alcançar o mundo para Cristo será estendida aos judeus nesse tempo. Por quê?
Porque a igreja não vai mais estar aqui.
Será que deu para entender de uma vez por todas?
Irmão Adail Campelo
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